terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O perigo da islamofobia à francesa


Domingo, 11 de janeiro, mais de 40 chefes de Estado e de governo de todo o mundo vieram à capital francesa para desfilar com o povo francês contra o terrorismo. Na França inteira cerca de 4 milhões de pessoas foram às ruas, de bebês de colo até idosos que viram a única manifestação comparável a esta, na libertação de Paris, em 1944, e posteriormente na explosão de alegria pelo fim da guerra, em 8 de maio de 1945.

O perigo agora são os atalhos que levarão fascistas de toda a Europa a confundir "muçulmano" e "terrorista". Pensando nisso, um jornal deu a notícia do atentado no jornal Charlie Hebdo com a seguinte manchete : « Attentat à Charlie Hebdo : 12 morts et 6 millions de musulmans blessés ».


 No fim do ano passado, um jornalista francês chamado Éric Zemmour lançou um livro (Le suicide français) que se tornou imediatamente um best-seller, tendo vendido perto de 400 mil exemplares. No livro, ele expõe seu racismo em cada página. Em entrevista a um jornalista italiano sobre a situação da França, Zemmour manifestou o desejo de deportar todos os muçulmanos do país. Um perfeito « arauto da extrema-direita francesa », como o chamou o jornal Le Monde. Zemmour se transformou no maior representante da islamofobia francesa.

Suas posições racistas soam ainda mais chocantes quando se sabe que Zemmour pertence a um povo que foi vitima do genocídio nazista. Mais de setenta mil judeus franceses foram deportados para a Alemanha pela polícia francesa do marechal Pétain, que colaborava com Hitler.

Abaixo, meu texto publicado nesta terça-feira, 13 de janeiro, no Observatório da Imprensa. 


 http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed833_a_liberdade_de_imprensa_na_terra_de_voltaire


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