Nunca mais os ricos do planeta conseguirão juntar numa só vida uma coleção tão excepcional.
Essa é a opinião dos especialistas europeus de arte que começaram a fazer o levantamento da coleção Yves Saint Laurent-Pierre Bergé. Os dois formavam um dos mais conhecidos casais parisienses das artes e do mundo dos negócios. O primeiro era um gênio descoberto por Dior aos 21 anos. O segundo, um homem de negócios, responsável pelo sucesso financeiro e empresarial do grande artista e estilista. O primeiro, um homem tímido, dominado por fobias, incapaz de administrar sozinho sua fortuna e seu sucesso. O segundo, um craque das finanças. Estetas, apaixonados pelos objetos de arte, Bergé et Saint Laurent viveram juntos por 50 anos entre Paris e o Marrocos, onde tinham um palácio e recebiam artistas e intelectuais do mundo inteiro. Até que a morte os separou em junho deste ano.
Pierre Bergé e Yves Saint Laurent possuíam objetos de arte chinesa, “art déco”, objetos em ouro, em prata, arte do Renascimento, da Antiguidade, telas de grandes pintores como Picasso, Cézanne, Matisse, Manet, Vuillard, Gauguin, Munch, Mondrian, Léger et Goya. O quadro de Goya foi doado por Bergé ao museu do Louvre. O resto da coleção do século foi entregue a especialistas para a organização de um catálogo para o leilão da Christie’s, em fevereiro de 2009 no Grand Palais, em Paris.
O total arrecadado pelo leilão das 700 obras girará em torno dos 500 milhões de euros. Colecionadores dos Estados Unidos, Pequim, Shangai, Moscou, Tóquio e Dubai estão excitadíssimos fazendo cálculos e consultando especialistas.
A venda não emociona Bergé que diz que guardará a coleção na memória e nas páginas do suntuoso catálogo que vai ser editado com textos de historiadores de arte, em cinco volumes, e vendido a colecionadores e marchands do mundo inteiro.
Nos dias 23, 24 e 25 de fevereiro só não estarão sendo vendidos no Grand Palais a escultura de um pássaro africano mítico, a primeira peça comprada pelo costureiro, e o retrato de Yves pintado por seu amigo Andy Warhol. A fortuna arrecadada pelo leilão será integralmente destinada a uma nova fundação para a pesquisa científica e ajuda aos doentes de Aids.
Quanto à Fundação Saint Laurent, que existe há alguns anos, ela reúne mais de 5 mil roupas e 150 mil objetos diversos ligados ao costureiro. Numa visita à Avenue Marceau, os fãs do maior estilista do século XX podem fazer uma viagem ao nec plus ultra da moda francesa.
Quem vê « la vie en rose » vive mais
No ano em que a França festeja o centenário de um de seus mais ilustres intelectuais, o antropólogo Claude Lévi-Strauss, os cientistas especialistas do envelhecimento declaram categóricos : vive mais quem é otimista e envelhece melhor quem conserva uma atividade profissional até a idade avançada.
Reunidos em Paris, na sede da Unesco, diversos pesquisadores do envelhecimento quem gosta de viver, tem interesse em descobrir o mundo e as pessoas vive mais. Um estudo mostrou que os centenários franceses tinham em geral um temperamento fácil, um otimismo a toda prova e uma grande curiosidade pela vida. Longevidade e alegria de viver andam sempre juntos, garante Françoise Forette, diretora da Fundação Nacional de Gerontologia.
Obviamente, o otimismo não é tudo. A atividade física regular, comidas saudáveis, pouco sol, pouco álcool e cigarro são o primeiro passo para uma vida longa e com saúde. Segundo o geneticista Axel Kahn, o meio ambiente também tem que ser levado em conta. Pessoas que envelhecem isoladas tendem a ficar mais tristes e a morrer mais cedo do que aquelas que vivem cercadas de diferentes gerações. Pessoas que exercem atividade que estimula o cérebro são as que conservam mais as funções cognitivas. Quanto mais se exercita o cérebro mais se afasta doenças como o mal de Alzheimer.
O despertar do gigante
O jornal “Le Monde” detalha no dia 1° de outubro em matéria de página inteira (com direito a chamada de primeira página) o plano que o Brasil anunciou para defender a floresta amazônica. Na matéria “O Brasil adota um plano de luta contra o desmatamento”, fico sabendo que 80% da exploração da floresta é ilegal; que o Brasil ainda conserva 64% de sua superfície de floresta original; que o plano anunciado pelo ministro Carlos Minc é uma promessa feita em 2007 pelo presidente Lula e será promulgado em 2009; que o Brasil quer restringir a aquisição de terras por estrangeiros; que estes possuem 5,5 milhões de hectares de terras no Brasil, sobretudo em Mato Grosso e em São Paulo.
Mas, segundo o jornal, esses dados sobre terras em mãos estrangeiras não representam fielmente a realidade, uma vez que as companhias brasileiras cujos acionistas são parcialmente ou até mesmo majoritariamente estrangeiros não são computadas nesses números. Segundo o jornal, o Brasil despertou ainda mais a cobiça de investidores estrangeiros ávidos por terras para o plantio de matérias-primas alimentícias depois que estas tiveram o preço supervalorizado. Mas eles investem em terras também para plantar cana de açúcar para a fabricação de biocombustíveis.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
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Um comentário:
Querida Leneide, tudo bem contigo? Uma delícia este teu blog.
Quanto à coleção do Saint-Laurent + Bergé, eu lamento que seja desfeita. Adoraria que fosse doada integralmente a um grande museu (qual?) para que pudéssemos desfrutar do gosto especial desses dois, que reuniram tantas coisas belas ao longo de uma vida inteira em comum. O capitalismo é cruel até nessas horas.
Quanto ao envelhecimento, tem mais uma questão: aqueles que tiveram que lutar muito para sobreviver também vivem mais, mesmo a contragosto. O avô dos meus filhos, 92 anos, não é otimista, gosta de se isolar, às vezes penso que está cansadíssimo de tudo isso. Mas continua lá, firme e forte. Ele sobreviveu à Segunda Guerra, né? Sendo judeu nascido na Polônia. Acho que é essa a explicação.
Grande beijo, com Deus
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