segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Linchar ou julgar ?

Alguém escreveu num jornal francês que começa mal uma futura democracia que lincha o ditador em vez de enviá-lo a julgamento por seus crime. O jornalista Alberto Dines escreve em recente artigo : « A figura do juiz, a noção de justiça e o rito do julgamento constituem os elementos precursores da civilização do convívio, base da nossa existência. Todos atropelados por este sistema de desforras que se supunha interrompido ».
A reconstrução da Líbia deve começar pela construção do Estado de direito tripudiado por Muamar Kadafi. Pena que os revolucionários líbios que derrubaram o regime estejam impregnados pelos métodos do ditador.

Hollande, presidente ?
Todos os vencidos do primeiro turno da primária do Partido Socialista declararam apoio a François Hollande, que acabou vencendo Martine Aubry, no segundo turno. A surpresa do primeiro turno foi a revelação de Arnaud Montebourg, que surgiu como o terceiro homem. Montebourg havia sido o porta-voz de Ségolène Royal na campanha presidencial de 2007 e na época declarara que « o maior defeito de Royal é seu companheiro”. François Hollande ainda vivia com ela e os quatro filhos do casal. Agora, Montebourg, que representa a ala mais à esquerda do Partido, teve 17% dos votos no primeiro turno, deixando Ségolène em quarto lugar com menos de 7%, ela que fora indicada em uma primária em 2006 com 60% dos votos !
Em abril de 2002, fui, com jornalistas brasileiros, à sede do Partido Socialista ver o encontro de Lula (então candidato à presidência, em outubro do mesmo ano) com o então candidato Lionel Jospin, a quem Lula apoiava, e com o primeiro-secretário do PS, François Hollande.
Lula não tinha ainda sido presidente e todos acreditávamos que Lionel Jospin iria vencer Jacques Chirac algumas semanas depois. O 21 de abril de 2002 foi um traumatismo para o PS e para a esquerda francesa. Jospin foi eliminado no primeiro turno, Jean-Marie Le Pen disputou o segundo turno com Chirac, que acabou se beneficiando dos votos de todos os franceses anti-fascistas e foi eleito por 82% dos eleitores. No primeiro turno Chirac tivera apenas 19,88%, Jean-Marie Le Pen, 16,86% e Lionel Jospin, 16,18% ! Ao ter confirmação do resultado, Jospin anunciou que se afastava da vida política. Do outro lado do Atlântico, em outubro do mesmo ano, Lula foi eleito presidente para seu primeiro mandato.
Este ano, Hollande quer evitar novo trauma e uma ausência da esquerda no segundo turno. A filha de Le Pen, Marine, pode surprender e afastar Sarkozy ou Hollande do segundo turno. Há eleitores de esquerda que esperam as vésperas da eleição para decidirem se fazem um voto útil logo no primeiro turno ou se votam no candidato mais à esquerda, Jean-Luc Mélenchon, ex-PS, atual candidato do Front de Gauche (que reúne seu partido Parti de Gauche ao Partido Comunista Francês). Nesta eleição, votar útil pode ser uma maneira de dizer « não » ao perigo da extrema-direita fascisante representada por Marine Le Pen.

La Muette, uma clínica sob medida para Carla Bruni
Uma cantora sem voz que tem um bebê numa clínica que se chama « La Muette ». Uma piada de bandeja para os humoristas franceses.
A revista italiana « Grazia », que tem versão em francês, fez uma pesquisa. « Você se interessa em saber o peso e com que tamanho nasceu a filha dos Sarkozy ? » « Quer ver foto da criança ? » 86% dos ouvidos disseram « não ». « Quer que o pai fale sobre o acontecimento ? » 87% disseram não.
Os franceses acham que um bebê é um assunto da vida privada e não querem que a filha do casal seja usada para fins político-eleitorais. O Palácio do Eliseu nem sequer ousou dar a notícia do nascimento oficialmente. A comunicação do nascimento da pequena Giulia é toda extra-oficial, sai no blog da mãe ou em frases que escapam em encontros informais do presidente.
A ultra-nacionalista Marine Le Pen já protestou contra esse nome. « Por que ela não deu um nome francês à filha ? » perguntou em entrevista a xenófoba presidente do Front National, candidata à presidência da República em 2012.

As lágrimas de Ségolène
Ségolène Royal chorou no domingo à noite, no primeiro turno da primária. Ela que foi a candidata do Partido Socialista a presidente em 2007 _ com 60% dos votos dos militantes socialistas, vencendo Dominique Strauss-Kahn e Laurent Fabius, dois pesos-pesados do PS _ ficou este ano em quarto lugar na votação do primeiro turno, no domingo, 9 de outubro. Magros 6,8%.
A indicação do candidato socialista à presidência foi aberta este ano a todos os eleitores franceses e não apenas aos inscritos no PS, ao contrário da escolha para 2007. Mas mesmo sem esperança de ver a mãe sentada na cadeira presidencial no Elysée, os quatro filhos de Ségolène ainda podem ver o pai presidente da República : François Hollande tem grandes chances de derrotar Sarkozy. Se a eleição fosse hoje, Hollande ganharia folgado de Nicolas Sarkosy, segundo as pesquisas : 62% contra 38%, no segundo turno.
Segundo o Le Monde, na recente viagem da presidente brasileira à Europa, Sarkozy tentou incluir um encontro com Dilma mas a chancelaria brasileira declinou do convite alegando dificuldades na agenda da presidente. Ainda segundo o jornal, de passagem por Paris para receber o diploma de Doutor Honoris Causa do Instituto de Estudos Políticos (Sciences Po), o presidente Lula foi convidado a ir ao Palácio do Eliseu para um encontro com Sarkozy. Lula aceitou e Sarkozy pôde pavonear para os fotógrafos apertando a mão do « cara ».

O Nariz, de Gogol a Chostakovitch
 « O Nariz », ópera que o compositor Dimitri Chostakovitch escreveu em 1930, aos 24 anos, em Leningrado, baseada na obra de Nicolau Gogol (escrita em 1836), com o objetivo de renovar o mundo da ópera é satírica, grotesca e surrealista, como a obra que lhe deu origem. Os dois narizes, tanto o de Gogol quanto o de Chostakovitch estavam muito à frente da época em que foram escritos. Quase cem anos antes do movimento surrealista, Gogol já era surrealista. Já a ópera de Chostakovitch continua a parecer surpreendentemente moderna e revolucionária 80 anos depois de ter sido realizada.
A montagem atualmente em cartaz em Lyon, na França, do diretor sul-africano William Kentridge, com a regência da orquestra da Ópera de Lyon, pelo maestro Kazushi Ono, foi apresentada no Festival de Aix-en-Provence neste verão europeu e recebeu tantos elogios da crítica que logo depois já era difícil encontrar lugar para a programação de outono dos espetáculos em Lyon (de 8 a 20 de outubro), que estrou dia 8 de outubro com ingressos esgotados.
O espetáculo foi definido por um crítico como « um fogo de artifício permanente, um cyclone musical vanguardista que devasta tudo por onde passa, um barulho de marchas grotescas, galopes e polkas alucinadas ». A mise-en-scène de uma ópera surrealista como « O Nariz » não poderia deixar de ser inovadora e totalmente surpreendente. Foi exatamente esse o desafio de William Kentridge : surpreender, encantar. Para isso, ele usa de todos os recursos cênicos modernos, slides, sombras chinesas, projeções de imagens que transformam o palco num espetáculo multimídia extraordinariamente vivo e moderno.
A história é estritamente fiel ao texto de Gogol : o personagem principal,  professor Platon Kovaliov, descobre um belo dia que seu nariz desaparecera. A busca do nariz perdido é o tema da ópera, um assunto tão pouco « operístico » quando se pensa nas óperas do repertório clássico. Talvez « O Nariz » esteja para o repertório tradicional de ópera como um quadro de Mondrian está para um Rembrandt. Não há comparação possível e todos dois são obras de arte.
O nariz perdido se transforma imediatamente em um personagem autônomo que Kovaliov tenta recuperar numa busca que dura duas horas no palco e 24 horas na história da ópera. Ora o nariz aparece no pão que o barbeiro vai comer, ora aparece como um conselheiro do Estado, ora passa montado num cavalo. Num lapso de tempo, a imprensa, a polícia, a mulher do barbeiro, a amada do professor e sua futura sogra, os passantes, a cidade inteira tomam conhecimento do sumiço do nariz que nada mais é que uma metáfora da modernidade, fascinante e inatingível.
Ao desconstruir a ópera tradicional, Chostakovitch era tão moderno e subversivo que a crítica soviética official não suportou a audácia do “Nariz” e proibiu-o. A ópera só pôde voltar a ser encenada na União Sovética em 1974, um ano após a morte do compositor.
A obra, uma  raridade nos repertórios das capitais europeias, faz sua estreia em grande estilo no repertório da belíssima Ópera de Lyon, cuja arquitetura antiga recebeu o toque de Jean Nouvel, numa cúpula em vidro e metal que não foi unanimemente apreciada.
A história sem pé nem cabeça de um nariz desaparecido que termina por reencontrar seu lugar entre duas bochechas é excelente pretexto para conhecer ou reencontrar Chostakovitch. E um bom motivo para ler « O Nariz » de Gogol, origem de toda essa aventura operística movimentada e extremamente moderna.  

Brasileiros nas ruas por educação e saúde gratuitas

Por enquanto, esse título é um sonho.
 A classe média brasileira se habituou a pagar pelo que os povos das grandes democracias têm de graça, pagos pelos impostos de todos : saúde e educação públicas de qualidade.
Meu filho me manda a crônica de Fernanda Torres numa revista brasileira. Em um trecho, ela escreve : « A urbe dos cariocas é um ambiente hostil. O trânsito desesperado e os assaltos corriqueiros são a prova desse tormento. A doçura da natureza contrasta com a tensão violenta dos bairros. O Rio herdou o carma de ter sido a capital do Império e da República do último país das Américas a decretar o fim da escravidão. Crescemos sem dar conta da desigualdade, e o troco dessa derrota são a hostilidade e a insegurança das ruas ».
Acho que ninguém herda carma nenhum, muito menos uma cidade. O que se herdou foi a passividade, a resignação. Herdamos o gosto pela praia, pelo chope, pelo farniente. Aceitamos situações insustentáveis, que nenhum povo civilizado suportaria. Até quando o povo brasileiro vai ver  passivo a violência das grandes cidades como uma fatalidade?
O slogan do novo governo Dilma, “país rico é país sem pobreza” é um começo. Mas ninguém muda um país com slogans. Sinto, contudo, que as coisas começam a mudar desde Lula. O problema é que temos no mínimo 100 anos de atraso, de resignação às desigualdades, à falta de segurança crônica nas nossas grandes cidades, fruto dessas desigualdades.
Quando os indignados brasileiros irão para as ruas pedindo liberdade de ir e vir em total segurança nas grandes cidades ? Quando irão para as ruas exigir educação e saúde públicas de qualidade para todos ?
Sair às ruas para exigir o fim da corrupção é um bom começo. Quando serão feitas passeatas por segurança nas ruas das grandes cidades brasileiras ? Quando os cariocas, paulistas e outros brasileiros indignados exigirão em passeatas pacíficas  saúde e escola gratuitas e de qualidade para todos os brasileiros ?
Concretistas brasileiros em Paris
(Íntegra do texto publicado na Folha de São Paulo) 
Seis grandes artistas desembarcaram esta semana na Galeria Gagosian, numa das mais belas exposições consagradas ao Brasil feitas em Paris nos últimos anos. Quarenta obras de Lygia Clark, Amilcar de Castro, Sérgio Camargo, Hélio Oiticica, Lygia Pape e Mira Schendel foram reunidas num espaço de 300 metros quadrados na exposição Brazil-Reinvention of the Modern. A mostra, que fica aberta até o dia 5 de novembro, é a realização de um sonho da diretora da galeria, Serena Cattaneo Adorno, tornado realidade graças a colecionadores, que preferem se manter anônimos, e à Fundação Sérgio Camargo.
Para Camargo e Lygia Clark, que moraram em Paris, é uma volta à cidade onde se formaram. Lygia Clark, que estudou com Fernand Léger em Paris, é uma artista-chave do século XX e tem uma obra inclassificável, segundo o crítico Paulo Venancio Filho, autor do texto que será publicado no catálogo (que não ficou pronto mas será lançado na Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris, em outubro). « Os Bichos, as famosas esculturas que Lygia Clark realizou nos anos 1950, ocupam um lugar central nas transformações que mudaram a escultura do século XX », escreve o crítico, que faz uma análise da obra de cada artista da exposição Brazil-Reinvention of the Modern.
Cada um dos seis artistas tem o nome dentro de uma das letras de Brazil no belo folder da exposição, que atraiu na noite de quarta-feira, 27, quase quinhentas pessoas, europeus e brasileiros, ao « quartier » onde estão localizadas as mais prestigiosas galerias parisienses, a dois passos do Palácio do Eliseu.
Os que descobriam o neoconcretismo brasileiro se extasiavam com obras até então desconhecidas, onde se percebe a influência de Mondrian, o primeiro artista citado tanto no Manifesto Neoconcreto quanto na famosa Teoria do não-objeto, escrita por Ferreira Gullar em 1959. « Para o neoconcretismo a arte começa com Mondrian e nenhum outro », escreve o crítico Paulo Venancio Filho.
Pela primeira vez a Galeria Gagosian expõe artistas brasileiros. E  fez sua estreia com os mais representativos do neoconcretismo que, segundo o crítico « não podem estar ausentes de nenhum acervo internacional de importância ».
Venancio destaca que ainda hoje « se percebe e se surpreende com a inquietude, a voracidade, a liberdade de atitudes, procedimentos e problemas artísticos que envolviam os artistas neoconcretos ». Para ele, o experimentalismo mais radical de Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape encontra continuidade na pesquisa não menos radical de Sergio Camargo, Mira Schendel e Amílcar de Castro, « não como continentes estanques mas vasos comunicantes ».
Como a política da galeria é de sigilo absoluto em torno de preços, de compradores e dos colecionadores que emprestaram as obras, ela não comunica nem que obras estão à venda nem o valor de nenhuma das que serão vendidas durante essa exposição. « A única coisa que posso dizer é que uma grande parte está à venda, mas nossa política é não comentar preços. O sigilo faz parte do negócio », diz à Ilustrada Serena Cattaneo Adorno.
Paulo Venancio Filho enfatiza em seu excelente texto que esta brilhante geração de artistas do neoconcretismo brasileiro, « deslocada num centro artístico então periférico e precário, sentindo como poucas a determinação desse momento histórico de inovação e experimentação, em conjunto e individualmente, foi capaz de produzir uma obra que hoje é histórica: um dos capítulos mais originais e radicais da arte moderna”.

 Terça-feira, 11 de Outubro de 2011   |   ISSN 1519-7670 - Ano 16 - nº 663 - 11/10/2011



IMPRENSA FRANCESA
Sarkozy, o fim de um fascínio
Por Leneide Duarte-Plon em 11/10/2011 na edição 663 do Observatório da imprensa

Nicolas Sarkozy está no olho do furacão: denúncias de comissões de vendas de armas para financiamento ilegal da campanha de Edouard Balladur, que Sarkozy apoiou em 1995; denúncias de financiamento ilegal de sua própria campanha em 2007, entre outros problemas que desgastam o fim do mandato presidencial.
Políticos próximos do presidente estão sendo pouco a pouco atingidos por diversas denúncias. Ele próprio teria recebido financiamento ilegal para sua campanha da proprietária da L’Oréal, Liliane Bettencourt. Diversos livros de jornalistas políticos contêm revelações e denúncias altamente tóxicas contra o presidente e seu clã.
Na semana retrasada, o clima de fim de mandato, ou de fim de reinado como querem os franceses, era evidente nas capas das revistas semanais. L’Express,Le Point,Marianne eLe Nouvel Observateur deram capas que não escapavam à temática de fim de festa: os títulos variavam de “Parfum de fin de règne” a “La chute du clan”, com fotos de Sarkozy e seus amigos envolvidos nas denúncias que geraram diversos processos na Justiça.
Mas a mais chocante de todas as capas foi a da semanal Les Inrockuptibles, uma revista feita para um público mais jovem, cuja redação se posiciona claramente à esquerda, como a maioria das outras revistas semanais francesas. A capa da Les Inrockuptibles (Les Inrock, para os íntimos) era chocante: para ilustrar a matéria principal de 14 páginas sobre a eleição primária do Partido Socialista para escolher o candidato que vai enfrentar Sarkozy (cujo primeiro turno foi no domingo, 9/10), a foto mostrava dois pés que caminham, um dos quais está prestes a esmagar um homenzinho, como se esmaga uma barata. O homenzinho é Sarkozy. O título principal da capa, criativa e engraçada mas terrivelmente cruel, é: “Primária PS : Você não quer mais Sarkozy, vá votar”.
Pesquisas desfavoráveis
Acusado pela esquerda de sucatear o serviço público em geral (escolas e hospitais em particular), Sarkozy parece ter perdido o encanto que o levou a seduzir parte dos jornalistas franceses que se renderam ao seu marketing de candidato “moderno”. Apesar de pertencer ao mesmo partido de seu antecessor Jacques Chirac, a UMP (Union pour un Mouvement Populaire), Sarkozy se apresentava como a grande novidade da política francesa, o candidato “da ruptura”. Ora, a ruptura era apenas mais dinamismo, comparado ao velho Chirac.
A situação da direita francesa é de tal forma crítica que o clima deletério pode ameaçar a candidatura Sarkozy à presidência em maio do ano que vem. Como ele ainda não se declarou oficialmente candidato, e só vai fazê-lo em fevereiro de 2012, analistas políticos já levantam a hipótese de uma candidatura de Alain Juppé (ex-primeiro ministro e atual chanceler), por exemplo. Juppé se declara fiel a Sarkozy mas não exclui uma candidatura se “por algum motivo, o presidente não se candidatar”. Uma pesquisa da semana passada de ViaVoice para o jornal Libération indicava que 68% dos franceses pensam que o presidente vai perder se for o candidato da direita em 2012.
Em eleição histórica, há duas semanas, o Senado ganhou maioria de esquerda, algo inédito na Quinta República. O fato de Sarkozy ser hoje visto como o presidente que governa para os ricos talvez explique. Seu projeto desencantou muitos dos que votaram nele e hoje, em fim de mandato, menos de um terço dos consultados dizem aprovar seu governo. Na pesquisa ViaVoice Libération de 1° de outubro, Sarkozy tinha 33% de opinião positiva e 64% de opinião negativa. Numa pesquisa anterior do Figaro, ele tivera 26% de opiniões positivas contra 72% de negativas.
Desejo de alternância
Na imprensa, seu grande e indefectível apoio continua sendo o jornal Le Figaro, cujo dono é Serge Dassault, também proprietário da indústria de armas que fabrica os aviões Rafale, que Sarkozy ainda não conseguiu vender para nenhum país, apesar de todos os seus esforços. O Figaro é tão sarkozista que os jornalistas e políticos mais críticos o chamam de “boletim oficial da UMP”, o partido do presidente. 
O resto da imprensa parece que se cansou dos factoides do presidente hiperativo e a enorme mobilização de eleitores para a primária do PS mostra um desejo de alternância que só pode ser saudável para a democracia. Afinal, o último presidente de esquerda, François Mitterrand, foi eleito há 30 anos.



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