segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mate sua mulher por um euro


Em frente a um dos cafés mais conhecidos e frequentados de Aix-en-Provence, o Les deux garçons, um senhor se instalou no mês de agosto, auge do verão europeu. Ficava sentado num banco pedindo dinheiro aos numerosos passantes. Num pequeno cartaz, o humorista não-profissional dizia : « Por um euro mato sua mulher ou seu patrão ». Outro cartaz, ao lado do prato de metal para as moedas informava : « Para minha casa de praia em Saint-Tropez ».

Pela piada e pelo desejo de trazer um pouco de alegria ao movimentado verão de Aix ele já mereceria uma moeda.

Parlamento europeu também critica xenofobia francesa


Fotos de Leneide Duarte-Plon
Num ensolarado sábado, dia 4 de setembro, os parisienses foram às ruas para dizer «não» à política racista e xenofóbica do governo Sarkozy. Os manifestantes se reuniram na Place de la République para uma passeata - manif no francês coloquial, abreviatura de manifestation - que reuniu milhares de pessoas para protestar contra o agravamento do racismo como política de Estado.

Crianças, jovens e adultos de todas as idades, de todas as etnias e origens caminharam com cartazes contra o racismo e a xenofobia. As fotos que fiz falam do clima da manifestação. Uma das participantes citava o artigo primeiro da Constituição francesa que diz : « La France assure l’égalité devant la loi de tous les citoyens sans distinction d’origine ».

A França, conhecida como o país dos direitos humanos, está colecionando críticas : a Igreja católica criticou, a ONU criticou e na quinta-feira passada o Parlamento europeu votou uma resolução pedindo ao governo francês para suspender as expulsões de Roms. Essa interferência do Parlamento europeu é uma situação rara em se tratando de um país europeu. A resolução foi adotada por 337 parlamentares reunidos em Estrasburgo, a cidade francesa que é a sede do Parlamento europeu. 245 deputados foram contra a resolução e 51 se abstiveram.


A primeira tragédia de 11 de setembro foi um crime americano

Os 37 anos do golpe contra Salvador Allende _ o primeiro 11 de setembro sangrento da história recente _ foram lembrados na França com a inteligência que a data merece. O canal franco-alemão ARTE programou o filme “Allende” do cineasta chileno Patricio Guzmán. Revi o excelente documentário que conta como o golpe foi preparado desde antes da posse de Allende. O ex-embaixador americano no Chile, entrevistado por Guzmán, conta que Nixon ficou histérico com a vitória de Allende e só se referia a ele como aquele « SOB » (son of a bitch).

Imediatamente, Nixon e Kissinger acionaram a CIA para derrubar Salvador Allende. Todo mundo conhece a história. Mas é muito emocionante conhecer os detalhes da ascensão do médico socialista que tinha a convicção de que podia implantar o socialismo no Chile pelas vias democráticas. Apesar de toda a pressão para armar o povo e defender-se de um eventual golpe que se preparava, Allende foi até o fim fiel ao seu ideal democrático. Por não ter querido criar um exército paralelo não pôde evitar o banho de sangue de Pinochet naquele 11 de setembro de 1973, do qual foi uma das primeiras vítimas.

Neruda morreu alguns dias depois do golpe. Um belo livro chamado Vou viver – Tributo a Pablo Neruda, foi co-editado no Brasil em 2004, pela Textual e pela Prefeitura do Rio de Janeiro, com fotos de Evandro Teixeira e texto de Fritz Utzeri. Evandro Teixeira, que estava no Chile para cobrir o golpe, foi o único fotógrafo do mundo a fazer fotos do poeta morto.
Foto de Evandro Teixeira


Chile em transe ***
Entrevista com Patricio Guzmán
Leneide Duarte-Plon, de Paris
*** Íntegra da entrevista publicada na Folha de São Paulo dia 06-09-10

O chileno Patricio Guzmán é um dos mais importantes documentaristas do mundo. A revista americana Cinéaste qualificou seu filme “A batalha do Chile” como “um dos dez filmes políticos mais importantes do mundo”. “O caso Pinochet” e “Allende” foram premiados em diversos festivais internacionais.

Guzmán sempre foi fascinado pela astronomia e pela história. Seu novo filme “Nostalgia da luz”, apresentado oficialmente no festival de Cannes deste ano, trata de observação das estrelas e galáxias a partir do deserto de Atacama, no Chile. Mas os astrônomos e seus fabulosos telescópios são uma metáfora para falar do Chile e de seu passado traumático.

Como as mães e avós da Praça de Mayo em Buenos Aires, algumas mulheres chilenas teimam e perseveram contra todas as dificuldades do tempo que passa e do absurdo da procura. Elas buscam os ossos dos maridos, noivos ou irmãos desaparecidos durante a ditadura militar que derrubou Allende. O deserto de Atacama no Chile é a imensidão onde elas catam com pequenas pás os menores vestígios de ossos, que se encontram completamente dispersos.

Enquanto isso, astrônomos chilenos e de várias nacionalidades buscam na poeira das estrelas vestígios de um passado que pode vir a esclarecer o Big Bang e a origem da vida. Um astrônomo explica que o cálcio que se encontra em qualquer estrela do universo é o mesmo dos nossos ossos. “Somos feitos da mesma matéria das estrelas”.
Quando observam as estrelas, os astrônomos olham para o passado pois a luz das estrelas vem de um passado longínquo. Um deles explica que o presente não existe, só existe o passado. O tempo é, na realidade, passado.

No mesmo deserto de Atacama, arqueólogos estudam vestígios de civilizações pré-colombianas e descobrem corpos mumificados pelo clima seco, propício à preservação dos cadáveres. E ajudam a elucidar o mistério dos desaparecidos. Os ossos encontrados formam um arquivo de caixas, à espera de identificação.

A metáfora da busca de vestígios do passado é o fio que liga arqueólogos, astrônomos e seus modernos telescópios, às mulheres chilenas, que buscam no mesmo lugar seco e árido o menor osso que possa ter pertencido a um irmão ou marido.

O jornal Le Monde qualificou “Nostalgia da luz” de "um filme extraordinário". O crítico do L'Humanité escreveu que o filme é "de uma beleza de tirar o fôlego". A revista Première chamou-o de "uma fábula Kubrickiana".

O filme vai passar no Festival do Rio (de 4 a 9 de outubro) numa retrospectiva dos filmes do Guzmán. Dia 27 de outubro, Nostalgia da luz será lançado em Paris.

LDP: No seu novo filme “Nostalgia da luz” a astronomia é um pretexto para falar do real, dessas mulheres que procuram os ossos de seus desaparecidos durante a ditadura de Pinochet. Uma das mulheres diz: “Somos a lepra do Chile”. Por que elas se veem assim?

Patricio Guzmán : Porque esse grupo de mulheres era no início cerca de 40 e hoje são apenas dez depois do desaparecimento da maior parte ou da dispersão. Muitas se mudaram, foram morar longe do deserto onde procuram os ossos. Mas há também o cansaço trazido pela idade. As sobreviventes do grupo pensam que o Chile esqueceu completamente da tragédia, que a amnésia venceu, elas se sentem diferentes. Por isso, uma delas diz que elas são a lepra do Chile, a pior doença porque quando se fala do assunto, as pessoas se vão. O esquecimento venceu e esse grupo de mulheres é o único que denuncia um Chile que as outras pessoas querem esquecer.

LDP: Essas mulheres são mais “loucas” que as chamadas “loucas da Plaza de Mayo”, as mães e avós argentinas de Buenos Aires? Elas se entregam há anos a uma procura de algo inatingível, a luta delas é mais difícil do que a das mães da Plaza de Mayo?

Patricio Guzmán : Claro, porque a luta das mães da Plaza de Mayo foi apoiada pelo governo, foi reconhecida. Os torturadores foram presos, os três generais da junta militar também. Houve uma resposta, alguns netos apareceram. Existe a satisfação de ver os resultados dessa luta. No Chile, 40% dos torturadores e dos responsáveis militares de violação dos direitos humanos foram julgados. Mas falta julgar 60%, isso é muito. Por causa desses 60% que estão na sombra, as pessoas não se sentem apoiadas na luta nem pelos parlamentares nem pelos prefeitos. Nos primeiros anos, eram os prefeitos que vinham vê-las, recebiam-nas na prefeitura. Hoje as pessoas que procuram justiça ou vestígios dos desaparecidos estão totalmente sós. Mas, apesar disso, uma mulher diz no filme: “Eu vou procurar meu noivo durante toda minha vida”. Ela é muito forte, é uma mulher de grande determinação.

LDP: Seu filme se passa no deserto de Atacama e mostra arqueólogos, astrônomos e mulheres que procuram seus maridos e irmãos desaparecidos durante a ditadura de Pinochet. Como você encontrou a chave pra reunir esses dois pólos, essas duas metáforas, o deserto e a via láctea?

Patricio Guzmán : Foi difícil pois quando se escreve um roteiro de documentário, começamos por pequenas peças isoladas, por pedaços. O início é que sempre tive a intenção de fazer um filme sobre o Norte do Chile, mas sem uma idéia concreta. Pensava que era um bom lugar por causa das minas, dos observatórios, das múmias, por causa dos desaparecidos da ditadura. Era o território em si mesmo.

LDP: Sempre se soube que havia ossos de desaparecidos no deserto ?

Patricio Guzmán : Sim, pois o primeiro ato de terrorismo organizado por Pinochet depois do golpe de Estado para terrorizar o próprio Exército foi a chamada « Caravana da Morte. Dois meses depois do golpe, um comando parte de Santiago em helicóptero em direção ao Norte do Chile. O helicóptero desce em pequenas cidades e os militares matam todos os prisioneiros durante uma semana. No total, 80 pessoas foram mortas assim. Foi um choque horrível não somente para os civis mas também para os militares que compreenderam que Pinochet havia dado um golpe de Estado violento e que era preciso obedecer cegamente. Havia no Exército militares que não eram golpistas, sobretudo nas províncias. Essa caravana da morte foi terrível para os civis mas também para os militares, sobretudo no Norte.

LDP: E os mortos eram enterrados no deserto ?

Patricio Guzmán : Exatamente, em torno das cidades. Os militares faziam enterros secretos, à noite. As mulheres começam a ouvir histórias, há pessoas que começam a falar anonimamente. Dizem que viram um lugar onde havia movimento de enterro de pessoas. As mulheres então começam a ter esperança de encontrar os desaparecidos. E quando as escavações que elas começam a fazer se aproxima do lugar em que estavam os corpos, Pinochet ordenou que desenterrassem os cadáveres e os enterrassem em outro local. Isso foi feito. São duas vezes desaparecidos. A metade dos cadáveres foi lançada no mar, a outra foi enterrada em outro local. Durante a ditadura, entre as pessoas que eram lançadas no mar em outras ocasiões, havia os que estavam vivos. Eram presos que os militares levavam em helicópteros, amarrados com fios de ferro e pedaços de concreto nos pés. Antes de serem jogados no mar, recebiam uma infeção de Penthotal. Há um preso que conseguiu cortar o fio que amarrava seu corpo e o cadáver veio dar na praia. Todo mundo começou a investigar para saber de onde vinha o corpo. Os arqueólogos descobriram num perímetro em torno das prisões do Norte do Chile vestígios de concreto. Descobriram que o concreto era fabricado lá mesmo para amarrar nos corpos dos prisioneiros. Graças a esses arqueólogos a gente conseguiu reunir toda a história. Mas, vários responsáveis da Caravana da morte continuam em liberdade. Um piloto de helicóptero que participou dessa operação foi o único a falar até hoje.

LDP: O Chile deu uma anistia geral para todos os militares ?

Patricio Guzmán : Sim, mas essa anistia foi parcialmente invalidade porque um juiz espanhol descobriu que um crime contra a humanidade é imprescritível. Deve-se isso a três pessoas: o juiz Baltasar Garzón, o fiscal Carlos Castresana e o advogado Joan Garcés. Foi Carlos Castresana quem descobriu no direito espanhol quatro linhas que dizem que a Justiça espanhola pode processar um ditador responsável por crimes contra a humanidade.
Joan Garcés é um espanhol de origem valenciana que estudou Ciências Políticas em Paris em plena época de ascensão da guerrilha, quando o Che Guevara estava ainda vivo. Garcés descobriu que era possível fazer revolução sem guerra civil. Era sua tese. Quando Allende ganhou a eleição, ele pensou que tinha de ir para o Chile. Transformou-se no braço direito de Allende e era quem escrevia seus discursos.

LDP: Depois do golpe, ele foi preso ?

Patricio Guzmán : Não, ele esteve no palácio presidencial até o fim com Allende. O presidente pediu a seus colaboradores para partirem, alguns quiseram ficar com ele. Então ele disse a Joan Garcés para ir embora: “Você é o único que pode contar esta história. Você deve partir”. Garcés vai embroa como um cidadão comum. Fala espanhol com sotaque e diz ser um espanhol de passagem, vai passando todas as barreiras militares e chega em casa. Em seguida vai para a Embaixada da Espanha onde o embaixador o acolhe mesmo sendo um franquista porque Joan Garcés era um professor universitário conhecido. Alguns anos mais tarde, esse homem consegue levar Pinochet à prisão. É um verdadeiro romance.

LDP: É um romance. Você contou isso ?

Patricio Guzmán : Sim, um pouco no meu filme « O caso Pinochet ». Mas eu privilegiei os casos de mulheres torturadas. Seria outro filme que deveria ser feito.

LDP: Os vestígios de Pinochet resistem pela ausência de memória para combater o silêncio sobre o passado recente e pelas leis (a Constituição em vigor foi escrita sob Pinochet). Por que o Chile se recusa a encarar seu passado ?

Patricio Guzmán : Isso é um mistério. Eu me pergunto a mesma coisa e muitas pessoas no Chile e no estrangeiro se perguntam isso. O golpe foi um choque tão grande qua produziu uma paralisia mental. No Chile as pessoas têm medo.

LDP : Até hoje ?

Patricio Guzmán : Até hoje. Há pessoas que não conversam nos ônibus ou num lugar público. São incapazes de falar de política num local público. Há uma espécie de reserva, um medo de ser ouvido. Os arquivos da polícia estão intactos, como na Espanha franquista. Fui fichado na Espanha depois do golpe de Estado chileno. E minha ficha deve continuar por lá. Entrei na Espanha com um passaporte mas era um exilado. Organizei várias sessões de filmes contra Pinochet que eu tinha levado do Chile. Em Cuba, também havia muitos curta-metragens sobre a Unidade Popular de Allende, a reforma agrária, a situação dos mineiros chilenos etc. Em Madri, organizei muitas sessões de filmes sobre o Chile na universidade. Todos os chilenos que estavam na Espanha naquela época foram fichados pela polícia franquista.

LDP: Por que você preferiu o cinema e a política à astronomia?

Patricio Guzmán : Quando a gente viveu acontecimentos tão fortes é difícil escapar deles.

LDP: Quem são seus cineastas preferidos ?

Patricio Guzmán : São documentaristas : Nicolas Philibert, Laurent Chevalier, Claire Simon. Gosto de alguns cineastas de ficção mas vejo sobretudo filmes documentários e descubro novos cineastas. Em ficção gosto de Kiarostami e de Clint Eastwood. Para mim, Fellini é o melhor cineasta de todos os tempos e gosto muito de Pasolini que fez um cinema muito próximo do documentário. Gosto muito do neo-realismo italiano, da nouvelle vague. Mas nos dez últimos anos não vi muito filme de ficção por causa também de minhas ocupações como presidente do Festival Internacional de Documentário de Santiago (FIDOCS).

LDP: Você acha que o acidente com os mineiros no Chile poderia ter sido evitado ?

Patricio Guzmán : O acidente é uma manifestação típica do Chile. O sistema de segurança está fora das normas. Os condutores de ventilação não têm escadas como deveriam ter. A companhia mineradora não fez o necessário para garantir a segurança dos mineiros. O governo de Bachelet permitiu a reabertura da mina mesmo a companhia não tendo cumprido as normas de segurança. Isso é típico do Chile mas é também o que vemos na China e na Rússia, onde acidentes horríveis ocorrem frequentemente .

LDP: O governo atual está fazendo uso político do acidente?

Patricio Guzmán : Acho que ele esta fazendo o possível para salvar os mineiros mas o diagnóstico é otimista demais. O espeleólogo francês Michel Siffre, um dos mais experientes do mundo, que passou vários meses em situações parecidas para estudar as grutas afirmou que nenhum desses mineiros sairá totalmente sem marcas, psicológicas e fisicas. Isso na melhor das hipóteses.
Quanto ao sistema de salvamento, ele é totalmente inédito e ninguém pode garantir que dará certo.


FOTOJORNALISMO
Realidade e criação na era do Photoshop

Por Leneide Duarte-Plon em 7/9/2010 no Observatório da Imprensa

Os fotojornalistas de antes da era Photoshop viviam à espreita do "instante preciso" para dar o click que criaria a foto genial. Mesmo assim, havia os que eram acusados por colegas de manipular as fotos "dirigindo" os personagens, colocando-os em situações mais estéticas ou mais "jornalísticas". De qualquer forma, a foto espelhava a realidade, dirigida ou flagrada no "instante preciso" de que falava Henri Cartier-Bresson. O Photoshop tornou-se um aliado da profissão e um risco para o fotojornalismo.
Este ano, o fotógrafo Stepan Rudik foi desclassificado da categoria "Esporte" do prêmio World Press pois abusou do Photoshop. Tirou um pé de uma de suas fotos e reenquadrou-a, depois de transformá-la em preto e branco, entre outras manipulações, para fazê-la parecer uma foto feita em película.
Segundo um responsável do World Press, em vez de mostrar a realidade, os jovens fotojornalistas resolvem "aperfeiçoá-la". Resultado: de 100 mil fotos examinadas pelo juri do prêmio, 20% são eliminadas por terem sido "photoshopadas" em excesso.
Campos de refugiados coloridos
Pode-se falar de objetividade da imagem fotográfica? Para o fotógrafo italiano Francesco Zizola, ela nunca existiu. Nem mesmo antes do programa Photoshop, que permite aos fotógrafos manipular ou apenas retocar uma imagem infinitamente. Esse debate em torno da objetividade no fotojornalismo promete ocupar grande parte do Festival Visa pour l’image, que se realizou na cidade francesa de Perpignan de 28 de agosto a 12 de setembro. O fotógrafo Guillaume Herbaut diz que seus jovens estagiários, que sabem utilizar perfeitamente o Photoshop, não fazem distinção entre a foto artística e a foto documental ou jornalística.
O fotógrafo Philip Blenkinsop, da agência Noor, fica indignado quando vê fotos com cores luminosas em campos de refugiados. Ele explica ao jornal Le Monde que nesses lugares tudo é cinzento, não há cor e quando as revistas mostram essas fotos com tons fortes, os refugiados devem se sentir insultados pois é como se os fotógrafos dissessem que a vida miserável deles não é interessante, que a realidade precisa ser retocada.

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